Nas últimas semanas circularam imagens e vídeos de rios que banham a Floresta Amazônica em situações alarmantes, isso sem mencionar as ondas de fumaça mais recentes. Muitas mentiras e meias verdades têm rodeado esse negativo acontecimento histórico. Por isso, esse artigo busca explicar o evento como um todo e levantar os principais pontos que são motivos das dúvidas de muitos. A partir das causas e consequências, tentaremos responder a principal pergunta: no estado que a Amazônia está, ainda existe volta?
Secas são naturais
Um dos argumentos utilizados por vários veículos mal-intencionados na intenção de descredibilizar a situação é de que as secas são naturais e que elas são, até mesmo, esperadas. A afirmação em si, não é mentira, porém, o contexto em que ela é utilizada carrega muitas inverdades que se disfarçam de informações acadêmicas. Os rios amazônicos carregam volumes imensos que atenuam em muito os efeitos de uma seca que habita o imaginário popular, não deveriam ser vistos os fundos dos rios, o chão seco ou até a morte de parte da fauna e flora, contudo é exatamente o que está acontecendo. Relatos de embarcações sem navegabilidade, botos, jacarés e milhares de peixes mortos invadiram aos montes os jornais e notícias ambientais. Ou seja, pode se afirmar, sem nenhuma dúvida, que a gravidade que a situação se afundou é de origem totalmente antrópica.
Mas e a fumaça?
A situação é como um efeito dominó, mas cada peça a ser derrubada possui um tamanho e gravidade maior do que sua anterior. O sumiço das chuvas fez com que os pastos que tomaram lugar da floresta úmida original secassem, o que, juntos dos ventos secos, criou um ambiente perfeito para a proliferação rápida de qualquer foco de incêndio, fosse ele natural ou não. A situação é semelhante a ocorrida no Havaí há alguns meses, que inclusive também produzimos um artigo sobre. Essa fumaça resultante invadiu cidades, como Manaus, em um nível que as pessoas foram indicadas a sair de máscara, assim como na época da pandemia de COVID-19.
Pôr do sol encoberto por fumaça
Um futuro cinza
Falando um pouco de futuro, o que estamos vendo se tornará cada vez mais comum enquanto ações massivas não forem tomadas. A Amazônia chega cada vez mais perto do estágio onde a floresta, mesmo se hoje fossem eliminadas as influências humanas, não conseguiria se regenerar, e o mesmo efeito dominó anteriormente citado, só continuaria avançando até que a maior floresta tropical do mundo encontrasse um fim. Um fim amarelado, onde as árvores que esbanjam um brilho verde fossem substituídas por uma vegetação de savana, decretando, assim, a conclusão de um processo, que se não fosse trágico, seria até mesmo cômico, pois sempre soubemos do risco, como um elefante branco no meio da sala que segue sendo ignorado.
Esses eventos que estão ocorrendo são frutos de diversos fatores e mudanças climáticas, muitos que, para serem explicados, exigiriam até mesmo um artigo solo por sua complexidade. Esse texto buscou apenas trazer de uma forma mais esclarecedora a situação atual, que muitos portais grandes parecem não estar se importando. Vale lembrar que o agronegócio é o principal culpado pelos incêndios e desmatamento segundo as entidades ambientais.
Escritor: Matheus Joel, assessor de Marketing e Comercial e graduando em engenharia ambiental.
Revisor: Anna Fátima, assessora de Marketing e Comercial e graduanda em engenharia ambiental.
Fontes:
Crise climática: seca severa na Amazônia é agravada por desmatamento e fogo | WWF Brasil
Entenda as causas da seca extrema na Amazônia – 18/10/2023 – Ambiente – Folha
Maior seca em 43 anos na Amazônia liga alerta no setor elétrico
Cidade mais populosa da Amazônia vive de onda em onda de fumaça, e cotidiano é de área degradada