De acordo com o ICMBio, existem hoje mais de 1.200 espécies da fauna brasileira em risco de extinção. Sabendo disso, torna-se nítida a necessidade da preservação da biodiversidade e do monitoramento das espécies ameaçadas.
Através deste artigo, explicaremos a importância desse monitoramento e como deve ser feito, além de apresentar inovações tecnológicas que podem colaborar para essa causa.
A Relevância do Monitoramento
Diante de um cenário com tantas extinções e ameaças de extinção, é essencial obtermos um panorama real da situação: entender o equilíbrio ecológico das áreas estudadas, principalmente as que sofrem os impactos antrópicos e o porquê da fauna estar sob tamanho risco.
Nesse sentido, o monitoramento das espécies evidencia seu papel, à medida que possibilitam o desenvolvimento de estratégias que buscam a manutenção da biodiversidade. Além disso, de acordo com o biólogo Rogério Cunha de Paula, o monitoramento de espécies tem também a função de intimidar a caça aos animais. “Evitar, não evita, mas intimida. Em locais onde divulgamos os projetos de monitoramento, a caça teve uma queda severa”, diz o pesquisador.
Mas, como é feito esse controle?
Os animais monitorados são divididos em quatro grupos:
Avifauna: As aves integram múltiplos nichos, e são reconhecidas como os melhores bioindicadores de ecossistemas terrestres.
Mastofauna: Importantes bioindicadores, mamíferos de grande e médio porte são registrados mais dificilmente, já que grande parte tem hábitos noturnos.
Herpetofauna: Uma série de condições ambientais deve ser suprida para o desenvolvimento pleno da herpetofauna, principalmente de anfíbios, o que os torna bons indicadores da qualidade do ambiente.
Ictiofauna: O monitoramento de peixes normalmente acontece como contrapartida pela instalação de empreendimentos que interfiram diretamente nos recursos hídricos, com ênfase em ambientes fluviais, como a instalação de barragens.
Avanços Tecnológicos Protagonistas
Com o desenvolvimento técnico-científico, as inovações tecnológicas desempenham um papel fundamental em diversos mecanismos, facilitando e agilizando métodos, além de serem mais eficientes. Por esse motivo, estão listadas três inovações que colaboram para o monitoramento de espécies em risco de extinção:
Câmeras de armadilhagem (camera trapping): são câmeras automatizadas, geralmente equipadas com sensores de movimento e aéreos, colocadas em áreas onde há suspeita de espécies ameaçadas. Essas câmeras capturam imagens à medida que são detectadas em movimento, fornecendo aos pesquisadores informações cruciais sobre a presença, comportamento e população de animais em uma área. A câmera é usada, por exemplo, para monitorar mamíferos, grupo difícil de observar, embora seja comum encontrar outros grupos de animais como aves e répteis na verificação de registros.
Análise de DNA ambiental (eDNA): é uma técnica relativamente recente que captura e analisa o material genético deixado por certas espécies no ambiente. Podem ser amostras de água, solo ou ar. Os pesquisadores detectam a presença de espécies ameaçadas identificando o DNA que elas deixam para trás, mesmo que não vejam as espécies diretamente. Por isso, essa abordagem é útil especialmente para monitorar espécies aquáticas e esquivas.
Sistemas de satélite: imagens de satélite podem ser usadas para monitorar mudanças na cobertura vegetal, identificar áreas desmatadas, estimar populações e distribuição de animais e avaliar a saúde dos ecossistemas. Assim, essa informação pode ser essencial para a conservação de espécies ameaçadas, proporcionando uma compreensão mais abrangente dos fatores que afetam a sua sobrevivência e a eficácia dos esforços de conservação.
Aprendendo sobre sistemas tão complexos desenvolvidos para auxiliar a vigilância e proteção de espécies ameaçadas, compreendemos a dimensão dessa problemática. Mas, e você, o que tem feito em prol da conservação da biodiversidade?
Autor: Miguel Mateus, assessor de Marketing e Comercial e graduando em Engenharia Civil
Revisor: Luís Guilherme, assessor de Marketing e Comercial e graduando em Engenharia Ambiental
Fontes:
https://diversitasjournal.com.br/diversitas_journal/article/download/2102/1763/13807
https://ecossis.com/consultoria-ambiental/monitoramento-de-fauna/
https://crmvsp.gov.br/tecnologia-orienta-programas-de-conservacao-de-especies-ameacadas