O ato de consumir é algo intrínseco à experiência humana, com uma história que remonta a milhares de anos, desde os dias do escambo até os sistemas econômicos complexos de hoje. Atualmente, a indústria da moda é uma das que mais gera oportunidades profissionais e a terceira atividade econômica que mais garante a geração de renda e movimentações de dinheiro, porém em contrapartida, é a indústria que mais gera lixo diante do cenário mundial (TONETTI, 2022).
O que é o termo “Fast Fashion” e quando surgiu?
O conceito de “fast fashion”, que significa “moda rápida”, surgiu na década de 1990 com o barateamento da mão de obra e da matéria prima, caracterizando produtos acessíveis, porém altamente “descartáveis” com o tempo de vida curto, justamente por conta do material de má qualidade utilizado para baratear o produto.
Apesar de gerar alguns benefícios como a geração de renda, emprego e a produção de roupas por um valor acessível é fundamental ter uma visão de responsabilidade socioambiental em mente que deve abranger a valorização da mão de obra, dos recursos naturais, e o consumo consciente por trás desse sistema.
O impacto do Fast Fashion no meio ambiente
No entanto, para a moda ser considerada sustentável é necessário respeitar as condições de trabalho juntamente com a valorização da mão de obra local, e ainda implementar o uso de materiais menos prejudiciais ao meio ambiente. Todavia, o modelo de produção atual visa uma produção e um consumo desenfreado, e ainda com o surgimento do fast fashion essa produção e consumo desenfreados se tornaram cada vez mais alarmantes e constantes, já que os produtos são produzidos e descartados em um período muito curto de tempo. Isso ocorre pela má qualidade na confecção e no material dos produtos propositalmente para durarem por um menor tempo, levando o consumidor a adquirir cada vez mais peças, intensificando o consumo e o descarte dessas roupas.
De acordo com as Nações Unidas para a produção de uma calça jeans são necessários 3.781 litros de água, todo o processo de fabricação equivale a dirigir um carro por 111km ou deixar uma televisão de tela grande ligada por 264 horas.
Dessa forma, urge a necessidade que as empresas adotem uma moda sustentável a partir de modelos de produção sustentáveis, já que o propósito e o significado da moda vai além do consumo exacerbado como vemos atualmente. “A moda consiste em pessoas e organizações envolvidas na criação de significados simbólicos e sua transferência para os produtos culturais, afetando não só o vestuário, mas todos os tipos de fenômenos culturais” (SANTAELLA, 2009 apud CHIARETTO, 2013, p.22). Além disso, o consumidor deve se manter atento, a fim de identificar quais empresas realmente fazem um trabalho atrelado à sustentabilidade e quais usam desta apenas como ferramenta de marketing. Vale ainda ressaltar que as empresas têxtil são as maiores responsáveis por esse cenário, assim, cabe aos consumidores pressionar por práticas empresariais mais éticas e responsáveis. Quando os consumidores escolhem apoiar empresas que adotam modelos de produção sustentáveis, estão, de certa forma, incentivando outras organizações a seguirem o mesmo caminho.
Como saber se uma empresa está realmente comprometida com a sustentabilidade?
- Transparência: Empresas genuinamente sustentáveis geralmente são transparentes em relação às suas práticas e políticas ambientais. Elas fornecem informações detalhadas sobre suas cadeias de fornecimento, métodos de produção e impactos ambientais.
- Certificações: Certificações, como o selo “Fair Trade” (Comércio Justo) ou certificações ambientais, podem ser indicadores de que uma empresa está comprometida com práticas responsáveis.
- Uso de Materiais Sustentáveis: Empresas sustentáveis tendem a optar por materiais e recursos sustentáveis em seus produtos, minimizando assim seu impacto ambiental.
- Economia Circular: Empresas que adotam práticas de economia circular estão mais focadas em minimizar o desperdício e prolongar a vida útil dos produtos, o que é uma abordagem mais sustentável.
- Responsabilidade Social Corporativa (RSC): Empresas que valorizam a responsabilidade social corporativa frequentemente participam de iniciativas comunitárias e apoiam causas sociais e ambientais.
A conscientização crescente sobre essas questões está levando a uma mudança gradual na indústria, com muitas marcas e consumidores buscando opções mais sustentavelmente viáveis. Essa transição para uma moda mais sustentável é um desafio, mas também representa uma oportunidade para remodelar a indústria de maneiras mais positivas e responsáveis. Se você acredita que seu estabelecimento pode optar por essas opções sustentáveis, porém não sabe como, busque entrar em contato com a Âmbar. A preocupação com o meio ambiente é extremamente importante e nos comprometemos a ajudá-lo nesse processo.
Escritora: Yasmin Maria, Assessora de Marketing e Comercial e graduanda em ciências biológicas.
Revisor: Henriq Narcizo, Diretor de Marketing e Comercial e graduando em ciências biológicas.
Fontes:
RIBEIRO; A. MODA E SUSTENTABILIDADE: relação permeada pelo consumo. Tese- Universidade Federal de Juiz de Fora. p.72. 2014.
O que tem na sua calça jeans? https://brasil.un.org/pt-br/81903-o-que-tem-na-sua-cal%C3%A7a-jeans
O que é fast fashion e quais são seus impactos? https://www.digitaletextil.com.br/blog/o-que-e-fast-fashion/